Embora Dona Lucilia tivesse perfeita noção de como o
mundo ia piorando cada vez mais, e das dificuldades que em consequência seus
filhos enfrentariam, nunca lhes permitia qualquer falta de objectividade no
apreciar as pessoas.
Em certa ocasião, estando ela a conversar com Plinio,
fez este um comentário depreciativo a respeito de um desconhecido, carregando
demais as tintas em certos defeitos da pessoa em questão. Dona Lucilia, sempre
pronta a tomar a defesa dos outros, logo atalhou:
- Por que você há de ser tão ruinzinho assim, meu
filho? Você não vê que não se deve ser desse modo? Tenha pena, afinal!...
Seu tom de voz ameno, era de quem queria dizer: “Desse
pobre miserável, diga apenas o que é justo. Você não vê que eu sou benévola
para com ele? Afinal, ele é filho de fulana, pessoa que tem muitos lados bons,
e a quem eu quero bem por isso”.
A esse propósito, Dr Plinio comentará: “ Era tal a
bondade com a qual mamãe corrigia seus filhos, que eu me sentia inteiramente
tomado por sua benevolência. Esta contribuía mais para me afastar do perigo de
reincidir na falta, do que o próprio temor de uma repetição da censura”.
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