Atos de abnegação, pequenos sofrimentos
placidamente aceitos, inúmeros gestos de bondade e de paciência, foram alguns
marcos de luz que continuaram a pontilhar a existência quotidiana de Dª Lucilia em seu apartamento da Rua Alagoas.
Certa noite, caiu do leito ao mudar de
posição, pois seus movimentos estavam já bastante dificultados. Apoiando-se na
cama, procurou em vão pôr-se de pé, e o ruído natural daquele esforço acordou a
empregada, que dormia no quarto vizinho. Esta logo acorreu e, não sendo
suficientemente forte para erguer Dª Lucilia, foi solicitar o auxílio de Dr.
Plinio.
Ao entrar no quarto de sua mãe, ele a
encontrou tentando ainda, com pertinácia, levantar-se sozinha, sem demonstrar
qualquer aflição ou nervosismo por não o conseguir. Com todo o cuidado, ele a
reergueu, acomodando-a no leito. Depois, num tom impregnado de afeto,
perguntou-lhe:
— Mas, meu bem, por que a senhora não
me chamou imediatamente?
Com toda a mansidão e naturalidade, ela
respondeu:
— Não, meu filho, eu não queria
incomodar ninguém...
Nenhum comentário:
Postar um comentário