Continuação do post anterior
Em sentido análogo,
lembro-me igualmente de quando recebi a graça que me marcou inteiramente a alma
(e queira Nossa Senhora, para todo o sempre), da devoção à Santíssima Virgem,
diante da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, na própria igreja do Coração de
Jesus.
Naquele episódio,
estando eu ajoelhado, fitando de longe a imagem e para ela rezando, na miséria
e na aflição em que me encontrava, conheci a misericórdia de Maria. Então me
veio logo o pensamento: “É compreensível, porque mamãe também é assim. Em Nossa
Senhora, é claro, num grau indizivelmente maior; porém, há uma semelhança”.
E minha alma estava toda modelada, pelo convívio com Dona Lucilia, para receber
uma coisa e outra. As últimas lágrimas que eu verti por mamãe, ainda foram
marcadas por essas duas impressões.
“Tudo começou com o batismo de mamãe”
Assim sendo, não
posso deixar de considerar apropriada a lembrança da data do batismo de mamãe,
pois se tudo o que acima dissemos é verdade, esse tudo começou no momento em
que sobre ela caíram as santas águas batismais.
Ela teve como
madrinha — quanto isso é expressivo! — Nossa Senhora da Penha, invocada no
bairro paulistano de mesmo nome, imagem à qual ela tinha, como todos os
paulistas naquele tempo, uma profunda devoção. A igreja da Penha era uma
espécie de miniatura de Aparecida do Norte, para onde se faziam romarias,
peregrinações, etc.
É interessante
observar como, iniciando-se tão cedo essa vinculação de mamãe com Nossa
Senhora, essa primeira graça era ordenada para, desenvolvendo-se e
frutificando-se nela, pousasse um dia em mim. Ela tinha, portanto, uma longa
caminhada diante de si.
Na eternidade, sorrindo...
Indubitavelmente, a
recordação dessa data foi um gesto grato a mim e, certo estou, também a Dona
Lucilia. Se, pela infinita bondade divina, ela, como espero, se acha na
bemaventurança eterna, nesta hora estará nos sorrindo...
Agradecendo a Deus,
por meio de Maria Santíssima, o favor inapreciável do dom da Fé concedido a
mamãe por ocasião de seu batismo, peçamos ao Sagrado Coração de Jesus permita
que essa graça da Fé e da esperança, do amor a Deus, ao sublime, ao absoluto, o
amor a todos os valores morais e sobrenaturais tão negligenciados no mundo
hodierno, se torne sobre nós ainda mais intensa e nos conforte nas provações e
lutas que havemos de enfrentar em nossa trajetória rumo ao Céu.
Plinio
Correa de Oliveira – Extraído de conferência em 29/6/1982
Nenhum comentário:
Postar um comentário