O
senso psicológico de Dª Lucilia crescera com os anos, tornando-se singularmente
penetrante ao aproximar-se do limiar da eternidade. Ela aplicava esse admirável
senso com a mesma calma com que praticava todas as ações, tão logo se lhe
apresentavam pessoas, figuras ou objetos. Olhava-os atentamente, nada indicando
em sua fisionomia que estivesse fazendo grande esforço, e depois de uma certa
reflexão, emitia seu juízo, invariavelmente sábio, ponderado e justo.
Numa
ocasião, ao lhe serem mostradas fotografias de uma imagem de Nossa Senhora de
Fátima, Dr. Plinio aproveitou para perguntar que impressão esta lhe causava.
Depois de fitar detidamente os belos traços da Virgem de Fátima, respondeu:
—
Muito aflita, muito grave, muito séria... mas muito maternal...
Os
que ali estavam ficaram pasmos por notarem o acerto do comentário de DªLucilia. O próprio Dr. Plinio não resistiu e afirmou, num volume de voz que ela
não pudesse ouvir:
—
É o comentário perfeito! A cena foi muito tocante. Sua análise, sem nada de
doutoral ou de científico, parecia descer de muito alto, como ocorre com quem
tem o espírito posto continuamente em certa paragem iluminada por Deus.
Percebia-se que ela, de algum modo, estava em constante oração.
Transcrito,
com adaptações, da obra “Dona Lucilia”, de Mons. João S. Clá Dias
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