domingo, 29 de dezembro de 2013

Dona Lucilia e o Natal

Dona Lucilia formou seus filhos de modo a terem o espírito sempre voltado para a transcendência. Tal orientação influenciou a fundo o Natal da família
Dona  Lucilia  tinha  uma  grande  elevação  de  alma. Ela estava na direção  de uma família pequena e levava uma vida muito recolhida, serena, tranquila, própria de uma senhora de casa. E habitualmente percebia-se, por seu olhar, seu timbre de voz,  sua expressão de fisionomia, seus gestos, que tudo quanto ela pensava se  relacionava com as mais altas considerações possíveis; e seu espírito contemplava as coisas de uma altura metafísica, —  embora ela não fosse uma senhora de  cultura filosófica — de uma grande elevação.
Espírito voltado para a transcendência
Isso  se  notava  nas  menores  coisas; por exemplo, agradando seu filho enquanto  brincava, como qualquer  mãe  faz  com  seu  filho.  Porém  esse agrado era deduzido de tão altas considerações que percebia-se em sua fisionomia, seu  modo de ser, provirem de muito alto e serem muito lógicas.
Dessa forma, todo agrado que ela fazia aos filhos era um incentivo para  serem melhores, visando uma elevação altíssima.
Essa transcendência marcava  o Natal. Por  exemplo, seu filho Plinio  acreditava  muito  em  São Nicolau, mas percebia haver algo de meio mítico, lendário, de maneira  que  não se  preocupava  em  imaginar como era sua figura. Dona Lucilia ensinava que São Nicolau vinha do Céu e dava presentes. Relacionava com valores dos mais altos, mais transcendentes, que o espírito humano possa atingir. 
Rezando junto ao presépio
Isso  transparecia  muito  na  noite  de Natal. Dona Lucilia providenciava uma  grande árvore de Natal, que ela mesma ornamentava com muitos enfeites.  Estando tudo pronto, convidava seus filhos, depois primos irmãos, — era um grande número de crianças —, e ainda outros parentes. Então  desciam todos do andar superior da  casa, segurando  pelas mãos e cantando  canções natalinas, até junto àquela árvore que estava toda iluminada, ao pé  da qual havia um presépio com o Menino Jesus. Ela mandava que todos se  ajoelhassem e rezava uma oração na  qual se percebia toda a sua elevação  de alma, toda a sua suavidade e doçura. Compreendia-se haver ali uma  alegria superior que impregnava tudo aquilo; era a alegria da bondade,  da virtude, da retidão, da limpeza, da  consciência tranquila.
Em ultima análise, era a alegria  de  Deus  que  se  comunicava  a  todos  pelos sorrisos do Menino Jesus.
Alegria de praticar a virtude
Tudo aquilo impregnava  profundamente a noite de Natal com esta  ideia  que  falta  muito  na  educação  de hoje: a vida do homem virtuoso  é mais suportável, mais aceitável, do que a do não-virtuoso. A virtude traz  alegria, é entusiasmável. É possível  viver 70, 80 anos na virtude sem desanimar; isso Dona Lucilia, pelo seu modo  de ser, deixava muito claro, e  ensinava a degustar essa alegria sobrenatural que pairava em torno da noite de Natal.
Terminada a festa, os convidados  iam para as suas casas, e seus filhos para  cama. Ela os esperava adormecer para pôr aos seus pés o  presente. E eles acordavam de madrugada na ânsia de vê-lo. Porém — fato por onde se nota a temperança de dona Lucilia e como  ela os educava —compreendiam que não deviam acender o abajur,  pois  havia  pessoas  dormindo  na casa. Seria uma desordem, não  só porque as acordaria, mas em razão de um princípio superior: hora  de dormir é hora de dormir, não se brinca; hora de brincar é hora de  brincar, não se dorme.
Quando clareava o dia, despertavam, saltavam da cama e abriam o pacote. Sentiam um gáudio, uma satisfação. Esperavam, então, Dona lucilia acordar para ir agradecer-lhe. E  o abraço, o beijo, a bênção dela, eram  um  presente  maior  do  que  aquele  que ela acabara de os dar.
Tudo  isso constituía aquela espécie  de alegria meio angélica do  Natal, que somente conhece  quem a teve.  Esta ideia  da alegria como  fruto do bem, como um modo de nos sustentar na prática da virtude,  foi complementar de uma outra  que ela ensinava muito: aguentar a vida dura, porque a vida é  difícil, é uma luta, e temos  que sofrer. Vendo como Dona Lucilia sofria, colhiam lições para sua  formação.
Plinio Correa de Oliveira - extraído com adaptações de conferência de 27/12/1975


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Os “jeitinhos” suaves e delicados de Dona Lucilia

O “jeitinho”, característico do povo brasileiro, era também uma qualidade de Dona Lucilia. Lembrando um episódio da vida familiar, Plinio Correa de Oliveira comenta a arte de solucionar situações delicadas com serenidade e grandeza.
O que vem a ser o “jeitinho”? O que faz aí o diminutivo, necessário e indispensável, para que a palavra “jeito” tenha o seu verdadeiro valor?
Pode-se falar que uma pessoa, uma resposta, uma saída são jeitosas; e o mesmo a respeito da defesa de alguma pessoa a quem se quer bem, ou da acusação a quem se julga dever denunciar. Que significa “jeito”, nesses casos? É uma qualidade de uma pessoa que, devendo praticar algo e se deparando com dificuldades, encontra surpreendentemente uma solução para resolvê-las.
O que é o “jeitinho”?
O “jeitinho” é uma solução inesperada de uma situação que, aparentemente, não tem saída. Ele exige muita finura de visão para perceber que existe solução e, depois de descobri-la, executá-la de tal maneira que a dificuldade fique inteiramente resolvida sem encrenca.
Deve ter êxito e chamar pouca atenção, do contrário não é “jeitinho”. Às vezes, não é necessário falar; com um movimento de dedos, um golpe de olhar, um sorriso, ou um cumprimento, atinge-se o objetivo. Por isso ele é “jeitinho”: rápido, pequenino e triunfante.
Toda a riqueza desta arte consiste em perceber, com grande gênio, pequeníssimos problemas, na realidade importantes, e soluções menores ainda do que os problemas. Soluções que exigiriam quase um microscópio para serem descobertas, mas que a pessoa percebe, arranja e vai para frente.
Os “jeitinhos” de Dona Lucilia
Analisando mamãe, eu via que ela era muito jeitosa, sobretudo num ponto: consolar as pessoas que estavam sofrendo física ou moralmente; a esse respeito não havia ninguém igual à Dona Lucilia.
Recentemente, um sobrinho dela — portanto, meu primo-irmão — contou um fato que estava nas brumas da minha memória, do qual me lembrava confusamente.
Minha avó, dona da casa onde morávamos, era uma senhora já velha, mas muito bonita e imponente. Com o olhar ela dominava as pessoas. Durante as refeições — como é natural, sendo ela a matriarca —, ficava sentada junto à cabeceira da mesa.
Um filho dela, que viajara com a esposa para o Rio de Janeiro, deixou hospedados na casa de vovó dois filhos e uma filha, ainda meninos, o que ela aceitou como a coisa mais natural do mundo, e o era de fato. Mandou instalar as crianças, colocando os meninos num quarto e a menina em outro.
O mais velho tinha ganhado, recentemente, uma bicicleta, que ele levou para a casa de sua avó, onde iria passar alguns dias, pois queria dar alguns giros com o veículo.
Situação difícil
Certa manhã, esse meu primo havia saído de bicicleta e, na hora do almoço, não estava presente, ou porque gostara do passeio e não quis voltar, ou se esquecera da refeição.
O almoço começou e, em certo momento, minha avó disse:
— Por que Fulano não está presente?
Somente neste instante, dei-me conta de que ele não estava; fiquei quieto.
Ela, então, perguntou a mamãe:
— Lucilia, Fulano não está?
— A senhora está vendo, ele não se encontra.
— Quando ele chegar, verá o que lhe custará isso.
Algum tempo depois, o menino apareceu e minha avó disse-lhe antes de ele sentar-se:
— Onde é que você andou?


 — Eu fui dar um passeio de bicicleta.
— Mas você foi onde com essa bicicleta?
— Estive em tais e tais ruas — ele em pé esperando licença para sentar-se.
— Mas você se dá conta de que está em casa de sua avó, lugar de sumo respeito, e não tem o direito de chegar atrasado?
Ele ficou esmagado porque não supunha essa censura. E disse:
— A senhora me desculpe.
— Não, senhor, não se trata de desculpa. Esse assunto não terminou; depois do almoço verá o que é punição. Agora se sente e coma depressa sem conversar, para não atrasar o serviço da mesa.
O resultado foi que o menino — que tinha então uns doze anos — retirou-se da sala, chorando. Isso produziu nas pessoas certo movimento, muito brasileiro, de compaixão. Mas a dona da casa estava vigiando os olhos e os olhares; todos ficaram quietos.
A saída encontrada por Dona Lucilia
Olhei para mamãe: ela permanecia inteiramente tranquila, conforme seu modo de ser. O normal seria que estivesse com muita pena do menino, o qual era seu sobrinho, mas ela ficou em silêncio.
Tomou um ar o mais neutro possível e, quando a conversa tinha mudado de tema, ela disse:
— Com licença, preciso sair um pouco para ver uma coisa.
Levantou-se e percebi que mamãe fora para o corredor, situado ao lado da sala de jantar, a fim de consolar o rapazinho que chorava debandadamente, explicando-lhe entre outras coisas:
— Sua avó é assim mesmo, você não se incomode. Ela é uma senhora muito boa.
Realmente, vovó era, por exemplo, muito esmoler e tinha grande pena dos pobres. Porém, seus netos não estavam na lista dos pobres...
Diga-se entre parênteses que às vezes minha irmã e eu enfrentávamos discussões tempestuosas com ela. Conosco as coisas não se passavam assim, mas à maneira de duelo.
O menino, então, parou de chorar, entrou com mamãe na sala de jantar, sentou-se e começou a comer ativamente, em silêncio; possuía um apetite de leão. Minha avó tinha-se acalmado e o ambiente da sala se recompôs; o “jeitinho” de Dona Lucilia havia resolvido o caso.
Esse menino, hoje homem feito, há pouco tempo atrás, conversando com alguém que se interessava pela vida de mamãe, narrou esse fato e acrescentou o seguinte: “Tia Lucilia era uma santa! O calor de um afeto assim eu nunca mais senti na minha vida, e até hoje me lembro disso.”
Nesse caso, no que consistiu o “jeitinho”?
Em compreender que não adiantava dizer qualquer coisa à vovó, nem consolar o menino naquela ocasião, porque minha avó não permitiria. Ele estava sendo castigado e não podia ter consolo.
O que fez mamãe? Conservou-se numa neutralidade tranquila que irradiava tranquilidade em torno de si.
Então, primeira característica do “jeitinho” foi ter essa tranquilidade e saber espargi-la no momento certo. Segunda, o haver percebido qual era o instante em que ela podia sair para atender o sobrinho. Logo que chegou esse momento, ela levantou-se muito calma e tranquila, dizendo “Eu preciso ver uma coisa lá dentro”; isso não era mentira, pois ela tinha que ver esse menino, e todos os presentes tomaram suas palavras com naturalidade. Julgo não terem eles nem se lembrado de que mamãe ia atender seu sobrinho.
Outra característica: de um modo rápido tranquilizou o menino, para não ficar muito tempo fora da sala e não causar à minha avó a desconfiança de que ela estava consolandoo. Depois, regressou com o sobrinho e o pôs junto à mesa, tendo prestado atenção no assunto da conversa para evitar que a prosa voltasse a se referir ao menino. Assim, o almoço continuou normalmente.
Assim era mamãe: com “jeitinho”, resolvia uma série de situações difíceis.

Plinio Correa de Oliveira - Extraído de conferência de 19/10/1994

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Amparo maternal

Em Dona Lucilia havia duas qualidades que pareciam antitéticas, mas se completavam muito bem. Ela era muitíssimo carinhosa enquanto notava em seu filho, ou numa outra criança, a debilidade da infância. Seu entranhado carinho se debruçava para amparar a criança na sua fragilidade. Quando menino, Plinio Correa de Oliveira sentia muito que sua debilidade de criança era uma razão especial para ela o querer bem.

“E não posso dizer quantas vezes eu a vi sorrir a essa debilidade e como ela a manuseava amavelmente, afavelmente, delicadamente, ora brincando, gracejando um tanto, ora explicando um pouco o mundo dos mais velhos, na medida em que uma criança pudesse compreender. E eu me sentia ultra à vontade com a tradução que ela fazia do mundo dos mais velhos para os mais novos.

Eu sentia muito isso também nos cuidados dela para conosco. Mais especialmente, prestava atenção no modo de ela cuidar de mim, é natural. Quer dizer, cuidados com a saúde, com o corpo, com as maneiras — não fazer brincadeiras abrutalhadas —, cuidado com tudo. Um cuidado meticuloso e afetuoso, tudo bem direito, arranjado, como deveria ser, mas de uma observação benevolente e disposta a sorrir a qualquer pequeno defeito, desde que não houvesse a insistência nele. A persistência no defeito ela não tolerava.

Por outro lado, sentia muito nela uma espécie de guindaste: ela me suspendia. Era dotada de uma fortaleza de alma, por onde a força da convicção dela fortalecia minhas convicções. A retidão de sua conduta dava-me retidão na minha. A repulsa que ela fazia do mal, do erro e do feio, fazia-me repudiá-los também.


Eu era um menino muito mole — aliás, pode-se perceber isso pelas fotografias —, e ela me animava enormemente. Para usar uma figura da Sagrada Escritura: de um lado, ela apoiava em mim o Jacó, no que este tinha de delicado em comparação com Esaú; de outro lado, ela preparava em mim o Jacó que lutaria contra Esaú. Nesse sentido também, fez-me um bem colossal!”

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Serenidade na alegria e na dor

A impostação de uma alma diante da normalidade da vida quotidiana prepara-a para os momentos de alegria, bem como para os de sofrimento. Assim se dava com Dona Lucilia, serena na alegria, mas também na provação.
Dona Lucilia tinha um temperamento eminentemente sereno. Mesmo quando algo lhe transmitia uma especial alegria, ela não perdia a tranquilidade, hauria  esta  serenidade  que  depois se estendia para os momentos de dor e sofrimento. Nestas ocasiões, sua reação não era distinta da que ela teria nos dias  comuns. Pois ela amava Nosso Senhor Jesus Cristo, e se Ele tanto  sofreu sem  nunca  reclamar, conservando  inteira  serenidade,  também ela deveria ser desta forma.
As pequenas alegrias preparavam-na para conservar a serenidade diante da dor
Desta  forma,  todas  as  suas  pequenas  alegrias  ao  longo  de  cada  dia preparavam-na para conservar-se serena diante de sofrimentos futuros. 
Por  exemplo,  num  dia  comum,  agradável  e  tranquilo  —  como  era  normal  na  São  Paulinho  daqueles tempos —, ao aproximar-se a hora do retorno de seu filho Plinio do colégio, ela sempre  ficava um pouco preocupada, com receio de que lhe acontecesse algo pelo caminho. Sobretudo por ser ele um  pouco  distraído,  ela  temia  que  um  automóvel o atropelasse. Por isso, ela permanecia no terraço andando um pouquinho e tomando ar, muito  serena, apesar de preocupada.
Em certo momento, ela via o portão se abrir e ele entrar. Quando ele  percebia que sua mãe estava lá, tirava  o chapéu e a cumprimentava, depois  ia  correndo  falar  com  ela.  Mas,  às  vezes, ele não a via e entrava direto.  Nestas ocasiões, ao vê-lo  entrar, ela deveria sorrir serenamente e dizer: “O meu filhão chegou.” Era um fato inteiramente  normal,  mas ela o vivia dentro de uma atmosfera religiosa, a qual fazia de uma simples chegada uma causa de felicidade para ela. Nestas alegrias suaves e tranquilas, ela encontrava a serenidade e a paz para sua alma.
Assim,  quando ele  chegava  junto dela, não encontrava nenhum resquício da preocupação que tinha há  pouco, pois a primeira impressão de sua chegada bastava para a tranquilizar.  E, aproximando-se dela,  ela dizia suavemente: “Filhão, como vai?”
“Sua serenidade me tranquilizava”
À noite, quando seus filhos  já estavam dormindo, Dona Lucilia passava pelo quarto deles e fazia várias cruzinhas em suas frontes, pedindo a  Deus que os abençoasse.  
Algumas vezes, acontecia de Plinio  acordar nessa hora, mas, ainda que   não  despertasse  inteiramente, percebia tratar-se de sua mãe; então,  dormia ainda mais contente e tranquilo, por saber que aquela serenidade havia pousado sobre ele.
Assim era Dona Lucilia: suave e  afetuosa, até mesmo à noite! 
Calma e serenidade em meio aos dissabores
Dona Lucilia conservava  esta  serenidade até mesmo nos momentos mais difíceis. Em todas as dificuldades, ela nunca se portava com agitação ou torcida.
Depois  do  primeiro  impacto  de  um revés qualquer, ela pensava um  pouco e dizia: “Bom, eu vou fazer isto, falar aquilo, resolver de tal forma.” Planejava tudo, e depois, com toda a tranquilidade, começava a execução do plano.
Este estado de espírito, no fundo,  era uma plena confiança em Deus,  que  a  levava  a  pensar  o  seguinte: “Por mais que nos advenham os piores infortúnios, Deus permitiu, e, portanto, é para o nosso bem. Estes sofrimentos são o ornato da vida.” Assim ela via o sofrimento, com inteira serenidade, sabendo que tudo acontece por uma razão mais alta que está em Deus.
Jesus sofredor, modelo de serenidade seguido por Dona Lucilia
Para  conservar  esta  serenidade,  concorriam as Vias Sacras  que ela rezava na Igreja do Sagrado  Coração de Jesus, diante de estações  não muito artísticas, porém sérias e  piedosas. Em cada uma das estações  está representado um sofrimento de  Cristo durante sua Paixão. Em todos  eles,  Nosso  Senhor é  apresentado  com uma enorme serenidade e tranquilidade, por mais que sejam enormes seus sofrimentos. Ele sofre, sabendo que tem de sofrer, e por isso não toma aquilo como sendo algo  extraordinário e inconcebível.
Frei Pedro de Cristo, ao compor uma canção que diz “Ojos claros serenos, si pues morís por mi, miradme al menos — olhos claros serenos, se  morreis por mim, olhai-me pelo menos”, acertou enormemente. Pois, de  fato, se Aquele que, em meio a tantos sofrimentos, conservou tal serenidade,  pousasse  o  olhar  sobre  alguém, isto bastava para infundir-lhe  a mesma paz.
Dona Lucilia várias vezes parava diante  da imagem do Sagrado Coração de Jesus, olhando-O durante longas horas,  talvez tenha recebido d’Ele um olhar,  que bem pode ter sido a causa de haver nela tanta serenidade. Algo semelhante dava-se  com  Dona  Lucilia: quem se aproximava dela recebia algo desta serenidade que, em última análise, vinha de Cristo Nosso Senhor.  

Transcrito com adaptações da conferência de Plinio Correa de Oliveira de 11/03/1995