sábado, 8 de outubro de 2016

Um trato para a eternidade

Certo dia estavam Dª Lucilia e seu esposo na sala de jantar, contemplando as belezas do entardecer, que na cidade de São Paulo se reveste com frequência de esplêndidos coloridos. Mas ela não se limitava a apreciar do ponto de vista natural a vivacidade cambiante das cores ígneas com as quais o sol, em seu declínio lento e majestoso, ia pintando os tufos de nuvens, na aparência espalhados no céu por mãos invisíveis. Seu espírito logo se elevava a considerações de ordem sobrenatural. E essa cena lhe trouxe à mente quão próximos estavam, ela e seu esposo, do ocaso da vida terrena e da aurora da eternidade. Fez-lhe então a seguinte proposta:
— João Paulo, vamos fazer um trato?... Já estamos idosos e não sabemos quem de nós vai ficar só. Aquele que restar reza pelo outro uma Ave-Maria, todas as tardes, diante do pôr-do-sol.

Dr. João Paulo aquiesceu. Seria ele o grande beneficiado desse acordo, pois em breve terminariam seus dias, e ela cumpriria fielmente a promessa até o fim de sua vida.

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