sábado, 12 de janeiro de 2013

Nunca permitir comparações, nem elogiar os seus



Durante as conversas é comum as mães estabelecerem um certo paralelo entre os próprios filhos e os das amigas, à medida que eles vão crescendo.

Dona Lucilia nunca o fez, nem sequer quando, anos depois Plinio se tornou o deputado mais jovem e mais votado do Brasil. Desejava que as almas dos filhos fossem transparentes como fino cristal, livres das imperfeições e apegos causados pelo vício da vaidade.

Mesmo quando outras pessoas louvavam muito os próprios parentes, proporcionando-lhe assim o ensejo de fazer o mesmo em relação aos seus, guardava silêncio, ouvindo tudo com polidez e atenção.

Esse elevado modo de proceder, além de proteger seus filhos contra o amor-próprio, criava nas almas deles obstáculos à inveja, triste tendêñcia presente em todos os homens.

Dona Lucilia só concedia em comparar seus filhos com outros quando, ao passar um pito neles, necessitava mencionar o caso de alguma criança que, naquele ponto, procedia bem.

E se na intimidade, Rosée e Plinio criticavam a alguma outra criança de sua geração, apontando reais defeitos, dona Lucilia logo cortava:

— Vocês não têm pena? Tenham pena. Rezem por ele  e peçam a Deus que preserve a vocês desse mal.

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