sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Formando seus filhos no seio da Igreja

Em relação a seus filhos, Dona Lucilia exercera de modo exemplar seu papel de educadora, dando à religião uma importância primordial. 
Quando ainda muito novos, Plinio e sua irmã foram instruídos no Catecismo por DonaLucilia. A fim de os preparar para a primeira comunhão, ela contava-lhes a História Sagrada.
Doçura penetrante de carinho
Certa vez, durante esta preparação, Dona Lucilia falava especialmente da doçura de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Nossa Senhora. Ela lhes apresentava esta doçura penetrante de carinho,  de afabilidade, de bondade. 
Sem dizer explicitamente, quando ela falava da bondade d’Ele, dava-lhes a ideia de uma bondade majestosa, a qual supera qualquer majestade terrena.
Em suas  narrações,  tudo  quanto  Nosso Senhor fazia era de modo sereno, cheio  de significado, medido com uma sabedoria  que transcendia, de longe, qualquer sabedoria criada. Ora ela acentuava a bondade, ora a superioridade absoluta d’Ele. Porém sempre com uma nota — a qual, aliás, corresponde ao Evangelho — de tristeza. A Paixão nunca estava ausente de suas narrações.
Uma Terra Santa lendária
Ela imaginava a Terra Santa um pouco lendariamente. Para ela, deserto da Palestina, por exemplo, era como o Saara, quando, na verdade, os desertos da Terra Santa, senão raras vezes, tem a poesia deste outro. Quando ela dizia “Mar de Tiberíades” tinha-se a impressão de estar vendo as ondas se formando naquele mar. Os personagens do Antigo Testamento eram apresentados por ela como profetas grandiosos, menos doces do que categóricos, como os profetas de Aleijadinho.
As aulas de catecismo
Além das aulas que ela dava a seus filhos em casa, providenciou  que o Monsenhor Marcondes Pedrosa, pároco da igreja de  Santa Cecília, paróquia à qual pertenciam, ministrasse aulas de catecismo. Estas aulas eram particulares. De maneira que duas ou três vezes por  semana iam à paróquia, onde Monsenhor ensinava-lhes o catecismo especialmente. Ela teve sempre muito cuidado nisso. Entretanto estas não foram as principais contribuições dela para a boa formação de seus filhos. Inscrevê-los no curso de catecismo, dar ela mesmo algumas aulas, isto toda boa  mãe fazia. O principal era, entretanto, o que transparecia no contato com ela. Nesse convívio sentia-se todas as excelências morais que ela possuía: amor, calma, dignidade, afeto, seriedade, etc. Isto atraía muito seus filhos.
“Eu prefiro mamãe”
Um fato que transparece o quanto seu filho a admirava e era por ela atraído. Certa vez, ele adoeceu e foi obrigado a acamar-se. Estava muito aborrecido por ter de ficar de cama, o que para uma criança não é nada agradável... Dona Lucilia foi visitá-lo juntamente com uma irmã dela, Dona Zili. As duas se aproximaram de sua cama e a mãe lhe disse: 
— Olha, Zili está com o tempo livre e pode cuidar de você. Eu também tenho tempo livre, de maneira que você veja qual das duas você prefere. 
A sua tia era muito mais nova do que ela, muito viva, engraçada, contava coisas interessantes. Plinio olhou para as duas e pensou: “vai ser  muito menos pesado recuperar-se ao lado de uma tia que  canta, faz brincadeiras, diz coisas engraçadas, com ela eu  vou ter muita ocasião de rir e isto vai tornar a minha doença mais leve.” Depois olhou para a mãe, e os olhos dela o olhavam com uma calma muito plácida. Disse então:
— Tia Zili, a senhora é uma “vice-mãe” para mim,  mas mãe mesmo é mamãe. Eu prefiro mamãe.
Aos domingos, iam à missa na igreja do Coração de Jesus. Ela ensinou seus filhos pelo convívio e exemplo à devoção ao Sagrado Coração de Jesus, à devoção a Nossa Senhora, a amar a Santa Igreja Católica. 

Plinio Correa de Oliveira -Extraído e adaptado de Conferências de 21/9/82 e 25/7/94

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