sábado, 22 de março de 2014

Preciosa influência materna

É essa missiva mais um eloquente testemunho, por suas inflamadas palavras de amor de Deus, de como a educação dada por Dª Lucilia produzira na alma de Dr. Plinio abundantes e benéficos efeitos:
Manguinha querida, de meu coração!
Então, no momento em que a Sra. ler esta carta, seu Filhão estará em Roma!
Esta viagem é fruto de longas reflexões. Não a faço para me divertir. Pelo contrário, no estado de cansaço em que estou, eu de boa mente preferiria ficar-me por aqui, sem me sobrecarregar com todas as ocupações e preocupações que em Roma terei. Mas (...), colocando o dever acima de tudo — máxime o dever para com a Santa Igreja — resolvi partir.
A Sra. bem compreenderá, meu Amor, quanto me pesa deixá-la, ainda que seja só por uns 15 ou 20 dias. Esteja certa de que eu jamais faria esta viagem por prazer. Mas, ainda uma vez, a Religião está acima de tudo. Por isto, meu bem, por mais dolorosa que lhe seja esta separação de umas tantas semanas, a Sra. deve alegrar-se. Com efeito, deve enchê-la de júbilo que Nossa Senhora se sirva de seu Filhão para algo. E, se a isto estou apto, é em grande medida pela influência que a Sra. exerceu sobre mim, a educação que a Sra. me deu, e o espírito religioso que me incutiu desde tão cedo. Ofereça, pois, a Nossa Senhora o sacrifício dessa separação, para que seja bem sucedido o esforço.
Algumas semanas passam logo, Luzinha. Pense, pois, na alegria da volta, e cuide bem de sua saúde, para que eu possa encontrar minha Lú fortezinha, alegrinha, pimpona, a me esperar. A Sra. bem sabe, pelo imenso bem que lhe quero, que valor dou à sua saúde, e toda a alegria que terei em encontrá-la forte e lindinha.
Reze muito por mim, e aceite mil e mil beijos do filho que com todo o afeto e respeito lhe pede a bênção
Plinio
PS: escreva-me logo, dizendo-me como vai, etc., etc., naquela letra tão bonita, que gosto tanto de ler. Quero saber tudo a respeito de minha Luzinha do coração.
Terminada a leitura, Dª Lucilia dobra com cuidado a tão carinhosa carta e num primeiro momento a coloca aos pés da imagem do Divino Redentor, iniciando pela viagem de seu filho piedosas e empenhadas orações. Oferece novamente com generosidade ao Sagrado Coração de Jesus o sacrifício da longa separação, mais difícil de suportar agora pela ausência de seu esposo, e pela já tão avançada idade.
A vista um tanto diminuída e o reumatismo nas mãos exigiam dela não pequeno esforço e bastante tempo para, com “aquela letra tão bonita” que tanto agradava a seu filho, redigir uma resposta. Entretanto, esse incômodo era compensado pelo gosto de manter, através daquelas linhas, o convívio com ele.

Continua no próximo post

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