terça-feira, 15 de abril de 2014

21 de abril de 1968

Cama de Dona Lucilia
Tocado pela recordação do falecimento de Dona Lucilia (clique aqui para conhecer como foi sua morte), assim manifestou-se Dr. Plinio:
Esta cena — do encontro com minha mãe,  que Deus acabava de chamar a Si — foi a que  mais  me  emocionou  na  vida.  Imediatamente  fui avisado para ir ao quarto dela, contíguo ao  meu, mas quando cheguei, ela já não estava lá.  Não a alcancei! E senti a imensidade que nos  separava.
Deus e Nossa Senhora nos uniam, e isto bastava. No entanto... quando entrei no quarto e  vi o corpo dela já sem vida, senti que aquelas  mãos, que tanto me haviam abençoado e acariciado, não me acariciariam mais, aqueles lábios, que tantas coisas me haviam ensinado, não  me ensinariam mais, aqueles lábios, enfim, que  tanto haviam orado por mim, não se moveriam  mais...
Senti então, naquele momento, passar-se algo  comigo que me sacudia de modo profundo e por  inteiro, como seu eu fosse uma corda que arrebentasse, e algo, que era quase eu mesmo, separar-se categórica e drasticamente de mim. Na  véspera,  eu  havia  passado  o  dia  inteiro  junto de mamãe, no quarto, não saindo, a bem  dizer, para nada. Eu sabia que ela estava prestes a morrer, e a razão de eu permanecer ali era  a consciência plena disso. Mas — fato singular  — o drama da morte só se pôs, para mim, no instante em que ela expirou e senti a ausência do  seu carinho... e então chorei copiosamente...
 Plinio Correa de Oliveira - Extraído de conferência de 22/4/1993

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